Por um instante
performance | 2023
No âmbito da exposição Gris, Vide, Cris, que junta obras de Alberto Giacometti e várias esculturas de Rui Chafes, o CAM convidou a dupla de artistas e coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz para conceber um novo trabalho que propõe um «ponto de fuga» para a experiência do espaço da exposição.
Este é um projeto em torno de encontros improváveis, no qual a palavra, o tempo e os corpos em tensão se aliam aos conceitos de imaterialidade, intemporalidade e representação do invisível.
Como dar a ver o invisível, ou capturá-lo num instante? Uma série de ações de duração variável têm lugar no hall comum às galerias de exposições e salas de conferências. Algumas dessas ações habitam a periferia do espaço e convidam à aproximação quase íntima do público com os corpos dos performers, outras apropriam-se e tomam de assalto o lugar, enchendo-o de vozes, ecos, gestos e movimentos. Cada ação é um convite a um modo diferente de relação entre o público, os intérpretes e o espaço, uma tentativa de antecipação ou prolongamento da sensação de desaceleração, inclinação e imprevisibilidade que a própria exposição convoca.
Estas são ações com durações variáveis, que prolongam o movimento de desaceleração, “inclinação”, imprevisibilidade e quase solidão que algumas das obras de Rui Chafes – e a própria arquitetura da sala – propõem ao visitante da exposição Gris, Vide, Cris. Talvez os corpos possam ser aqui uma antecâmara, que prepara ou prolonga a experiência do visitante à exposição.
In the context of the exhibition Gris, Vide, Cris, which brings together the works of Alberto Giacometti and various sculptures by Rui Chafes, the CAM invited the duo of artists and choreographers Sofia Dias and Vitor Roriz to devise a new work proposing a ‘vanishing point’ for the experience of the exhibition space.
This project focuses on unlikely encounters, where the word, time and the tension of the bodies are linked to concepts of immateriality, atemporality and representation of the invisible.
How can the invisible be made visible or captured in an instant? A series of actions of variable duration take place in the hall shared by the exhibition galleries and conference rooms. Some of these actions inhabit the periphery of the space and invite the audience to draw closer, almost intimately, to the performers’ bodies, while others appropriate and take the place by storm, filling it with voices, echoes, gestures and movements. Each action is an invitation to a different mode of relationship between the audience, the performers and the space, an attempt to anticipate or prolong the sensation of deceleration, inclination and unpredictability evoked by the exhibition itself.
These are actions of variable duration that prolong the movement of deceleration, the ‘inclination,’ unpredictability and almost solitude that some of the works by Rui Chafes – and the architecture of the room itself – suggest to visitors to the exhibition Gris, Vide, Cris. Perhaps the bodies function as an antechamber here, preparing for or prolonging visitors’ experience of the exhibition.
Direção artística / Artistic Direction | Sofia Dias e Vítor Roriz
Interpretação / Performance | Francisco Rolo, Luís Guerra, Natacha Campos, Nina Botkay, Sofia Dias, Vítor Roriz
Figurinos / Costumes | Lidija Kolovrat
Som / Sound | Sofia Dias
Produção / Production | Sofia Dias e Vítor Roriz
Administração SD&VR / Administration | Cátia Mateus
Difusão SD&VR / Diffusion | Sylvie Becquet
Uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian para a exposição Gris Vide Cris / This event was commissioned by the Calouste Gulbenkian Foundation for the exhibition Gris, Vide, Cris.
©Maria Abranches